Estudos recentes indicam que, apesar de o país estar perto do pleno emprego, a qualidade e a remuneração continuam a ser desafios centrais, alimentando o descontentamento laboral.

Segundo um estudo da Mercer Portugal, a projeção de aumentos salariais para 2025 e 2026 é de 3,5%, um abrandamento face aos 4% de 2024, influenciado pelo regresso a valores de inflação mais baixos. A variação salarial efetiva de 2024 para 2025 foi de apenas 2,2%, muito abaixo dos 6,1% registados no ano anterior.

Paralelamente, um inquérito Eurobarómetro revelou que os portugueses são os mais preocupados na UE por não receberem um salário justo, com 86% dos inquiridos a manifestarem esta inquietação, um valor muito superior à média europeia de 67%.

A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, reconheceu que, apesar do pleno emprego, isso não significa “necessariamente bom emprego”, admitindo que o país “tem muito a fazer” na criação de empregos de qualidade. Curiosamente, um outro estudo do Eurofound sugere que, para os trabalhadores europeus em geral, a segurança e o bem-estar no trabalho estão a tornar-se mais prioritários que o salário, embora a remuneração continue a ser um fator crucial, especialmente para os homens.