O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, baseando-se em números sindicais, alertou que a situação poderá ser ainda mais grave do que a admitida pelo Governo. Em resposta, o ministro Fernando Alexandre garantiu que o sistema de colocação será "duas vezes mais rápido" e anunciou o regresso de mais de 90 professores que exerciam funções em serviços do Ministério para as salas de aula, a fim de colmatar horários por preencher.

Contudo, a tensão entre a tutela e os sindicatos intensificou-se após o ministro ter afirmado que os professores, ao participarem em manifestações, "perdem a aura".

A FENPROF reagiu com uma carta aberta, acusando o governante de desvalorizar o direito à manifestação e de esquecer o papel histórico da luta docente na conquista de melhores condições. O sindicato anunciou o início de greves ao sobretrabalho, à componente não letiva de estabelecimento e às horas extraordinárias a partir de 16 de setembro, numa clara demonstração de que a contestação irá continuar. A situação reflete um profundo mal-estar na classe docente, que se sente desvalorizada e sobrecarregada, enquanto o Governo tenta implementar medidas de emergência que os sindicatos consideram insuficientes para resolver os problemas estruturais do setor.