A decisão de cancelar a longa série de paralisações foi anunciada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), que justificou a medida com a decisão do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social.
Segundo o sindicato, os serviços mínimos impostos obrigariam a "assegurar cerca de 80% da operação normal", o que, na sua perspetiva, retira qualquer eficácia à greve. O SIMA foi contundente na sua crítica, afirmando que "o que foi imposto não são 'serviços mínimos'" e classificando a decisão como um "verdadeiro atentado ao direito à greve dos trabalhadores portugueses em geral e daquela empresa em particular". A estrutura sindical argumenta que, nestas condições, não estão reunidos os requisitos para que os trabalhadores possam "exercer condignamente o seu direito".
A controvérsia transcende o conflito laboral específico da Menzies, levantando um debate mais amplo sobre o equilíbrio entre a garantia de serviços essenciais e a proteção de um direito fundamental consagrado na Constituição. A acusação direta ao Governo de ter a "vontade de limitar o direito à greve" politiza a questão, transformando um diferendo sobre condições de trabalho numa batalha sobre os limites da ação sindical em setores estratégicos como o transporte aéreo.














