A greve, convocada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), tinha como principais reivindicações o fim dos salários abaixo do mínimo nacional, aumentos salariais, o pagamento adequado das horas noturnas e a manutenção do acesso ao parque de estacionamento para os funcionários.

A paralisação abrangeria os aeroportos nacionais, com particular impacto em Lisboa, onde trabalham cerca de dois mil dos 3.500 funcionários da empresa de 'handling'. Contudo, a decisão do Tribunal Arbitral de decretar serviços mínimos que obrigavam a assegurar todos os voos domésticos (continente e ilhas) e 35% dos voos internacionais foi o ponto de viragem. O sindicato argumentou que esta imposição, que na prática obrigava a assegurar "cerca de 80% da operação normal", tornava a greve ineficaz e representava uma "falta de condições para poderem exercer o direito à greve". A estrutura sindical criticou a decisão do tribunal, acusando-a de se basear em "avaliações totalmente descabidas e em critérios nada objetivos" e de ser "digna de uma agência de turismo", negligenciando os direitos dos trabalhadores. A situação reflete um debate mais amplo sobre os limites dos serviços mínimos em setores estratégicos e o seu impacto na capacidade de reivindicação dos trabalhadores.