A decisão surge após o Tribunal Arbitral ter decretado serviços mínimos que o sindicato considera um "atentado ao direito à greve".

A desconvocação das paralisações, que se estenderiam por vários meses, representa um momento de alta tensão entre o movimento sindical e as autoridades reguladoras.

O SIMA argumentou que a decisão do Tribunal Arbitral de impor a realização de todos os voos domésticos e 35% dos voos internacionais esvaziava, na prática, o impacto da greve, tornando o seu exercício inútil. O sindicato classificou a decisão como “um verdadeiro atentado ao direito à greve dos trabalhadores em geral e daquela empresa em particular”, acusando o tribunal de ter tomado uma decisão “digna de uma agência de turismo” com base em “avaliações totalmente descabidas e em critérios nada objetivos”. Este episódio levanta um debate fundamental sobre o equilíbrio entre o direito constitucional à greve e a necessidade de garantir serviços essenciais, especialmente em setores críticos como o transporte aéreo.

A decisão do sindicato de recuar, por considerar não existirem “condições para poderem exercer o direito à greve”, sinaliza uma frustração profunda com os mecanismos de regulação, que são vistos como uma limitação desproporcional à capacidade de luta dos trabalhadores por melhores condições laborais.