A dinâmica na Concertação Social revela a complexidade do processo negocial em torno da legislação laboral.

Enquanto a CGTP optou pela contestação nas ruas, considerando a proposta “irredutível”, outros parceiros sociais, como a União Geral de Trabalhadores (UGT) e a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), mantiveram-se na mesa de negociações. Foi após a reunião de 10 de setembro que o secretário-geral da UGT e o presidente da CIP indicaram que o Governo se comprometeu a apresentar uma nova versão do anteprojeto com “evoluções”. Esta abertura do executivo é vista como uma manobra para tentar obter o apoio, ou pelo menos a não oposição, da UGT, isolando a CGTP na sua posição de rutura. A notícia de que o Governo “ainda tenta carimbo da UGT para reforma laboral” sugere que o desfecho do processo não está fechado e que a pressão exercida, tanto dentro como fora da Concertação Social, poderá moldar a versão final da lei.

A cedência em áreas sensíveis como a família e a parentalidade pode ser uma estratégia para tornar o pacote legislativo mais palatável para os sindicatos mais moderados e para a opinião pública.