A contestação em larga escala, realizada sob o lema “Mais salários e direitos - Outro rumo é possível!”, representa a mais visível oposição às políticas laborais do Governo de Luís Montenegro.

A CGTP critica duramente o que designa como um “profundo ataque aos direitos dos trabalhadores”, apontando como principais pontos de discórdia a facilitação dos despedimentos, o regresso do banco de horas individual, as alterações nos contratos a prazo e as novas regras para os horários flexíveis.

Para garantir a participação massiva nas manifestações, a central sindical emitiu pré-avisos de greve para diversos setores, incluindo comércio, serviços, indústria, hotelaria e restauração, com a Fiequimetal a ser especificamente mencionada.

A adesão foi notória em vários pontos do país, como nos Transportes Coletivos do Barreiro (TCB), que previram perturbações no serviço devido à paralisação.

O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, classificou a jornada como um "grande momento de luta" e afirmou que a posição da central é "irredutível", exigindo a retirada total do anteprojeto. O Conselho Nacional da CGTP irá reunir-se para delinear novas formas de luta, sendo a greve geral um cenário em cima da mesa.

Em contrapartida, a Ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, apelou a um “clima construtivo” na Concertação Social, defendendo que as reformas estruturais devem ser pensadas em “momentos mais calmos”.

Esta mobilização marca um ponto de viragem na contestação social ao Governo, testando a sua capacidade de negociação e abrindo a porta a uma possível escalada de conflitos laborais.