A decisão do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) surge após o Tribunal Arbitral ter decretado serviços mínimos considerados excessivos, o que o sindicato classifica como um "atentado ao direito à greve".

A paralisação, que se estenderia por vários períodos até ao início de 2026, tinha como base reivindicações salariais e de condições de trabalho, incluindo o fim dos salários abaixo do mínimo nacional, aumentos salariais, pagamento de horas noturnas e a manutenção do acesso ao parque de estacionamento. Contudo, o ponto de viragem que levou à desconvocação da greve foi a decisão do Tribunal Arbitral sobre os serviços mínimos.

A deliberação impôs a realização de todos os voos domésticos, tanto no continente como para as ilhas, e de 35% dos voos internacionais.

O SIMA considerou que estas condições esvaziavam por completo o impacto da greve, tornando o seu exercício ineficaz.

Numa crítica contundente, o sindicato afirmou que a decisão do tribunal foi um "verdadeiro atentado ao direito à greve", acusando-o de ter agido como uma "agência de turismo" ao negligenciar os direitos dos trabalhadores em prol da operação aeroportuária. O sindicato sugeriu ainda que esta deliberação reflete uma vontade política do Governo de restringir o direito à greve.

O cancelamento da paralisação levanta um debate sobre os limites e a eficácia do direito à greve em setores considerados críticos, como o transporte aéreo, e sobre o papel dos serviços mínimos na mediação de conflitos laborais.