A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) classificou a medida como “inútil”, argumentando que “não há médicos no Barreiro a quem aplicar” a mobilidade forçada, uma vez que a equipa é reduzida e composta maioritariamente por médicos com mais de 55 anos, que já não são obrigados a fazer urgências. A FNAM e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertam que os acordos coletivos de trabalho protegem os médicos contra deslocações forçadas e que esta imposição poderá levar a “mais saídas” de profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, considerou a intenção do Governo “absolutamente lamentável e censurável”, afirmando que “não se criam equipas de obstetrícia com despachos coercivos”.
A polémica recorda um episódio semelhante ocorrido em 2023 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde uma transferência forçada resultou na rescisão de contrato por parte de sete obstetras. A situação evidencia a profunda crise de recursos humanos no SNS e as tensões entre a tutela e os profissionais de saúde sobre os modelos de gestão das urgências.














