Em resposta à crise, a Fenprof anunciou a retoma de greves ao sobretrabalho, enquanto o Governo tenta minimizar o problema e avança com medidas de recrutamento. De acordo com o balanço do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), à data de 17 de setembro, existiam 2.410 horários por preencher, afetando 635 dos 810 agrupamentos de escolas. A situação é particularmente grave em 38 estabelecimentos, a maioria nas zonas de Lisboa e Península de Setúbal, onde faltam mais de 10 professores.

O ministro Fernando Alexandre, embora reconhecendo um problema “muito sério, muito grave, mas localizado”, garantiu que “na grande maioria dos casos, mesmo com horários por preencher, os alunos têm aulas”, recorrendo a instrumentos como as horas extraordinárias.

A tutela anunciou medidas como um novo processo de colocação mais rápido e um concurso extraordinário para vincular cerca de 1.800 docentes nas regiões mais carenciadas. Em contrapartida, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) contesta a visão do Governo, afirmando que a falta de docentes é mais grave do que no ano anterior e afeta mais de 100 mil alunos. O secretário-geral, Francisco Gonçalves, criticou a negação da realidade por parte do ministro, afirmando que esta “não contribui para resolver um problema que vai agravar-se ao longo do ano”.

Perante esta realidade, a Fenprof anunciou a retoma das greves ao sobretrabalho, componente não letiva e horas extraordinárias, como forma de luta contra a sobrecarga dos docentes e a degradação das condições de trabalho.