Cerca de cinquenta pessoas, incluindo um número significativo de cidadãos estrangeiros residentes, manifestaram-se em São Pedro do Sul para exigir o fim da monocultura do eucalipto e uma maior aposta na biodiversidade florestal. A ação integrou uma convocatória nacional da Rede Emergência Florestal/Floresta do Futuro, que decorreu em 15 cidades do país contra as políticas florestais e a recorrência de grandes incêndios. Com cartazes onde se liam frases como “Mais do mesmo não, eucaliptos fora do chão” e “Floresta é vida”, os manifestantes marcharam do Parque das Nogueiras até à Praça da República.
Rita Martins, uma das organizadoras, explicou que o protesto se focou em três eixos: “deseucaliptar, democratizar e descarbonizar”.
Os participantes criticaram as políticas que favorecem os interesses económicos da indústria da celulose, que, segundo eles, contribuem para a “devastação e destruição do território”.
A manifestação refletiu também o “trauma” e a “ansiedade total” que a época de incêndios provoca nas populações locais.
Um dos aspetos destacados foi a forte presença de estrangeiros, que, segundo um participante português, “lutam mais os estrangeiros pelo nosso território que nós, portugueses, que somos uns acomodados”.
O protesto defendeu um maior envolvimento das populações nas decisões sobre o ordenamento florestal e a criação de apoios para quem opte por plantar espécies autóctones mais resistentes ao fogo, como o carvalho.
Em resumoUm protesto em São Pedro do Sul, com forte participação de residentes estrangeiros, exigiu o fim da monocultura do eucalipto e a promoção da biodiversidade. A manifestação, parte de uma ação nacional, criticou as políticas florestais atuais e o seu impacto nos incêndios recorrentes.