A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu os inquéritos a 12 mortes ocorridas durante a paralisação, associando três delas a atrasos no socorro.
Um dos casos mais graves, a morte de um idoso de 84 anos em Mogadouro por engasgamento, levou a IGAS a concluir que “o atraso no atendimento telefónico por parte do CODU poderá ter tido uma influência significativa no desfecho final da vítima”. Esta conclusão resultou na abertura de um processo disciplinar a um médico regulador do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Porto, por não ter agido “de forma diligente e zelosa”. A decisão gerou controvérsia, com o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) a criticar o relatório por falta de rigor, argumentando que o fator determinante foi o atraso na assistência primária e não a gestão do transporte secundário.
A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, embora recusando comentar especificamente o relatório, reconheceu as “muitas dificuldades” do INEM e afirmou que a sua reforma é “inevitável e exige determinação” e “coragem política”, sublinhando que o Governo não cederá a pressões. As investigações da IGAS revelaram ainda que, durante a greve, mais de metade das chamadas para o INEM foram abandonadas, evidenciando a fragilidade sistémica da resposta de emergência médica no país.














