Os enfermeiros do Montepio Rainha D. Leonor, uma associação mutualista nas Caldas da Rainha, realizaram uma greve em protesto contra o que consideram ser “alterações contratuais impostas unilateralmente pela administração”. A paralisação, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), reflete o descontentamento gerado pela mudança do contrato coletivo de trabalho da CNIS para o da Associação Portuguesa de Mutualidades (APM) em 2023. Segundo o SEP, esta alteração resultou em condições de trabalho mais desfavoráveis, como a implementação de um horário de 40 horas semanais e a eliminação do subsídio de turno, o que levou a uma redução salarial e à saída de profissionais, causando uma “grave carência de recursos humanos”. O sindicato reivindica a manutenção das 35 horas semanais e o pagamento de horas noturnas e de fim de semana. A adesão à greve foi motivo de discórdia: o dirigente sindical Rui Marroni afirmou que foi de “100% dos enfermeiros da casa de saúde”, obrigando ao encerramento do Serviço de Atendimento.
Por outro lado, a administração, liderada por Paulo Ribeiro, contestou estes números, afirmando que apenas quatro dos oito enfermeiros escalados aderiram e que três do lar e residências assistidas não paralisaram.
A administração refuta as acusações de falta de diálogo, mas admite não ter “condições financeiras necessárias para aceitar a proposta apresentada pelo SEP”, sugerindo que a negociação deve ser enquadrada no contrato coletivo da rede mutualista e não apenas na carreira de enfermagem.
Em resumoA greve no Montepio Rainha D. Leonor evidencia um conflito laboral focado na precarização das condições de trabalho e na perda de direitos adquiridos. Enquanto o sindicato aponta para uma adesão total e exige a reversão das alterações contratuais, a administração alega constrangimentos financeiros, revelando as tensões entre a sustentabilidade das instituições do setor social e a valorização dos seus profissionais de saúde.