A investigação, que abrangeu as paralisações de outubro e novembro de 2024, revelou falhas sistémicas na resposta de emergência, exacerbadas pela ação de luta. Um dos casos mais detalhados pela comunicação social foi o de um idoso de 84 anos em Mogadouro, cuja morte, segundo a IGAS, “poderá ter tido uma influência significativa” do atraso no atendimento pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). O relatório encontrou “indício disciplinar na atuação de um médico regulador do CODU do Porto”, que não terá agido “de forma diligente e zelosa” no acionamento dos meios, levando à instauração de um processo disciplinar por parte do INEM.

O impacto da greve foi vasto, com o relatório a indicar que mais de metade das chamadas para o INEM foram abandonadas durante o período em análise. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) reagiu criticamente, considerando que a análise da IGAS demonstra “falta de rigor e conhecimento”.

Para o presidente do sindicato, Rui Lázaro, o “fator determinante” para o desfecho trágico não foi a atuação do médico no transporte secundário, mas sim o atraso na assistência primária, que reflete as “fragilidades” da emergência médica no interior do país.