Convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), a greve expõe um conjunto de problemas crónicos que afetam estes profissionais. A principal reivindicação é a ausência de diálogo com o Conselho de Administração, que, segundo o sindicato, não responde a um pedido de reunião feito em abril.
A esta queixa somam-se dívidas avultadas relativas a trabalho extraordinário.
Zoraima Prado, do SEP, exemplificou a dimensão do problema: “um enfermeiro do serviço de urgência poderia estar um ano sem trabalhar porque lhe devem um ano inteiro de trabalho extraordinário, o que poderá representar, para alguns deles, uma dívida de cerca de 20 mil euros”. A situação agrava-se com o não pagamento de retroativos de produções que remontam a 2018, apesar de já existirem sentenças judiciais favoráveis a alguns profissionais, e com o atraso nas progressões de carreira que deveriam ter ocorrido em janeiro. A ULSA, por sua vez, lamentou a decisão do sindicato, afirmando ter comunicado a 16 de setembro que as questões seriam “progressivamente resolvidas”, e reiterou o seu empenho em encontrar soluções.
No entanto, a elevada adesão à greve demonstra um profundo descontentamento e ceticismo por parte dos enfermeiros face às promessas da administração, refletindo uma quebra de confiança e a urgência de medidas concretas para valorizar o seu trabalho.














