As trabalhadoras das unidades da Dan Cake na Póvoa de Santa Iria e em Coimbra agendaram uma greve para o dia 9 de outubro, naquela que é a quinta paralisação do ano. A ação de protesto visa reivindicar aumentos salariais, num contexto de estagnação remuneratória que dura há vários anos e que coloca os seus vencimentos apenas três euros acima do salário mínimo nacional. O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) afirma que, desde que a Dan Cake foi adquirida pela empresa Biscuit International, as trabalhadoras “não têm sido aumentadas consistentemente”. A situação prolonga-se “há quatro ou cinco anos”, o que levou a um crescente descontentamento entre as cerca de 100 colaboradoras das duas unidades.
Para além da paralisação de 9 de outubro, está já prevista uma nova greve para novembro, e as trabalhadoras planeiam participar na manifestação da CGTP a 8 de novembro, demonstrando que o conflito transcende a empresa. A paralisação deverá ter maior impacto na unidade da Póvoa de Santa Iria.
A juntar às reivindicações salariais, existe um clima de incerteza quanto ao futuro da empresa. As trabalhadoras temem pelas suas posições, dado que os edifícios onde operam foram vendidos a um fundo de investimento imobiliário e o contrato de arrendamento atual termina dentro de quatro anos. O sindicato questiona o que acontecerá após esse período e acusa a empresa de não valorizar os seus principais ativos: “Achamos que a empresa não está a valorizar os seus ativos que são os trabalhadores”.
Em resumoA greve na Dan Cake reflete um conflito laboral prolongado, motivado por salários baixos e pela ausência de aumentos consistentes. A ação sindical, que já resultou em várias paralisações, evidencia a precariedade sentida pelas trabalhadoras e a sua preocupação com a sustentabilidade futura da empresa, num quadro de incerteza sobre a continuidade das operações nas atuais instalações.