Os funcionários contestam a veracidade da situação, afirmando que, após verificação, o processo de insolvência não consta no tribunal, o que os deixou num limbo legal e financeiro.

O conflito iniciou-se a 15 de setembro, quando os trabalhadores foram informados do encerramento dos estabelecimentos para um período de férias. No regresso, receberam um e-mail a comunicar que a empresa tinha apresentado um pedido de insolvência a 19 de setembro e que, por falta de verbas, não havia capacidade para pagar os salários. No entanto, os funcionários deslocaram-se ao tribunal e descobriram “que esta insolvência não existe”.

Desde então, são obrigados a comparecer diariamente no Hotel São Lázaro, sede da empresa-mãe (MR Silveira), e a assinar uma folha de presenças, mas sem lhes ser atribuído qualquer trabalho.

Os trabalhadores, entre os quais o conhecido chef Luís Portugal, antigo proprietário da Tasca Tuga, queixam-se de serem tratados com “maneira hostil” e de os responsáveis os evitarem, tendo a polícia sido chamada a intervir.

A situação é particularmente dramática para alguns, como uma funcionária que, sendo mãe solteira de quatro filhos, relatou: “Hoje almocei graças a um colega, vou para casa e não sei se janto”. Apesar de alguns terem recebido o recibo de vencimento, o pagamento não foi efetuado, deixando-os sem meios para pagar despesas básicas e sustentar as suas famílias.