No entanto, a ULS reverteu a decisão, inicialmente alegando ter recebido “diretrizes, orientações e os resultados das avaliações realizadas pelo Ministério da Saúde e pela Administração Central dos Sistemas de Saúde”. Posteriormente, a administração negou ter recebido “qualquer ordem superior”, justificando a medida com “motivos estratégicos de gestão” e a necessidade de uma “reavaliação rigorosa dos custos”.

Esta contradição alimentou a desconfiança dos sindicatos.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) foi contundente, acusando a ministra da Saúde de “impor limites à contratação” para “cumprir o seu plano de privatizar a ULS de Braga”, tornando-a mais “apetecível” para grupos privados. O SEP já solicitou uma reunião com a administração e prepara um plenário de trabalhadores para “decidir formas de luta”. A contestação alargou-se a outras esferas: a Comissão de Utentes da ULS de Braga considerou a decisão “inadmissível”, argumentando que a unidade, que serve 1,2 milhões de pessoas, precisa de “mais investimento público” e não de medidas que degradam as condições de atendimento. O PCP também questionou o Governo, sugerindo que a dispensa visa tornar a unidade “mais rentável para o grupo privado” que a poderá vir a explorar.

A disparidade nos números reportados — 40 enfermeiros, 60 enfermeiros, ou 100 profissionais no total — reflete a confusão em torno da situação, mas a gravidade do impacto na capacidade de resposta do hospital é um ponto consensual entre os críticos.