A mobilização reflete o profundo descontentamento da classe docente perante a degradação das condições de trabalho e a falta de respostas concretas às suas reivindicações.
A manifestação, que percorreu o trajeto entre o Jardim do Arco do Cego e a Presidência do Conselho de Ministros, foi marcada por um forte apelo à dignificação da profissão, com os professores a empunharem cartazes por uma “carreira atrativa”, “aposentação justa” e “horários adequados”. No centro das preocupações está a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD). O secretário-geral da Fenprof, Francisco Gonçalves, deixou um aviso claro ao executivo, afirmando que a federação “não assinará nenhum acordo que empurre a conclusão deste processo de revisão do ECD para lá de 2027”. A estrutura sindical critica a lentidão do Governo em resolver os problemas da classe, contrastando com a celeridade demonstrada na proposta de alteração da legislação laboral geral. As reivindicações são concretas: uma carreira mais curta com 26 anos para atingir o topo, a recuperação integral do tempo de serviço, a eliminação das vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões e o fim das quotas na avaliação de desempenho. Para a Fenprof, estas medidas são cruciais para conferir atratividade à profissão, reter os docentes atuais e atrair novos quadros, num contexto de crescente falta de professores e de esgotamento profissional, como o “burnout” e as baixas psiquiátricas. A ação de protesto contou com a presença de figuras políticas do PCP e do Bloco de Esquerda, que manifestaram o seu apoio às reivindicações da classe docente.














