A resolução do conflito ocorreu após a administração ter efetuado o pagamento dos apoios à deslocação em atraso, uma das principais reivindicações dos docentes.

A greve por tempo indeterminado dos professores da Escola Portuguesa de Luanda (EPL), convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.T.O.P.

), foi desconvocada no mesmo dia em que estava previsto o seu início, após a administração ter procedido ao pagamento dos subsídios em atraso.

A paralisação, que seria a segunda do ano, tinha como principais reivindicações a liquidação dos apoios à deslocação e o protesto contra alegadas práticas de discriminação. A resolução do conflito antes mesmo do seu início efetivo demonstrou a eficácia da ameaça de greve como instrumento de pressão.

A delegada sindical, Sandra Feliciano, confirmou a "agradável surpresa de ver realmente que os pagamentos estavam a ser efetuados", o que levou à suspensão imediata do protesto.

Este episódio, no entanto, expõe uma fragilidade recorrente nas relações laborais da instituição, que já havia enfrentado uma paralisação em março por questões de equidade salarial e melhores condições de trabalho. O desfecho rápido sugere que a administração procurou evitar uma paragem prolongada que pudesse perturbar o funcionamento da escola e desgastar a sua imagem.

Embora a greve tenha sido evitada, o recurso a esta medida extrema para garantir o cumprimento de obrigações contratuais revela tensões subjacentes que poderão voltar a emergir se as causas profundas do descontentamento, incluindo as denúncias de discriminação, não forem devidamente abordadas pela gestão da escola e pela tutela do Ministério da Educação português.