A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) contestou veementemente os cortes orçamentais para o transporte de doentes não urgentes previstos no Orçamento do Estado para 2026. A LBP critica a decisão do Governo por ter sido tomada sem consulta prévia ou um estudo de impacto, alertando para a possibilidade de futuras ações de protesto. A proposta de Orçamento do Estado para 2026 prevê cortes significativos no financiamento do transporte de doentes não urgentes, justificando a medida com um aumento da despesa de 119% entre 2014 e 2024. Estão planeadas reduções de 12 milhões de euros em 2026, que aumentarão para 46 milhões em 2028.
O presidente da LBP, António Nunes, declarou que a organização foi "surpreendida" pela decisão e que não foi ouvida.
Defende que, antes de qualquer corte, deveria ser realizado um estudo sobre a "insensibilidade e a má gestão demonstradas pelas estruturas de saúde", questionando se o dinheiro é bem gasto. A LBP adverte que muitas corporações de bombeiros poderão deixar de assegurar este serviço caso os cortes avancem. Para além desta questão, a Liga manifesta também o seu descontentamento com o financiamento geral destinado aos bombeiros voluntários, fixado em cerca de 37 milhões de euros para 2026, um valor que consideram muito abaixo do mínimo necessário de 49,38 milhões.
Este clima de insatisfação tem alimentado "movimentos inorgânicos" dentro dos voluntários, que já realizaram uma concentração junto ao parlamento.
A LBP irá decidir sobre futuras formas de contestação, incluindo protestos, numa reunião do seu conselho nacional a 18 de outubro.
Em resumoA LBP opõe-se firmemente aos cortes orçamentais no transporte de doentes, argumentando que a decisão foi unilateral e carece de um estudo fundamentado. Este descontentamento, somado à insatisfação com o financiamento geral, cria um clima de tensão que poderá levar a protestos e à disrupção de serviços essenciais prestados pelos bombeiros.