A ação sindical visa identificar os principais obstáculos ao funcionamento da justiça para apresentar um "caderno reivindicativo" ao Governo.

Após uma primeira ronda de reuniões plenárias nas comarcas de Santarém, Leiria, Coimbra e Viseu, o SMMP traçou um cenário alarmante das condições de trabalho no sistema judicial.

Em Santarém, os problemas são descritos como "particularmente graves", com edifícios degradados, infiltrações e temperaturas extremas que atingem os 40°C no verão, além da falta de vigilância privada. Em Leiria, a falta de procuradores resulta numa sobrecarga de trabalho, com cada magistrado a ser responsável por cerca de 850 inquéritos e a despachar uma média de 40 processos por dia, o que equivale a apenas 10 minutos por processo. A situação em Coimbra é "igualmente crítica", com o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) a funcionar num edifício partilhado com um cabeleireiro e clínicas, comprometendo a confidencialidade exigida. Em Viseu, para além da falta de magistrados, foram identificadas instalações inadequadas para a inquirição de vítimas e a ausência de meios tecnológicos essenciais no DIAP. O sindicato teme que esta realidade seja transversal a todo o país e critica a elevada rotatividade de magistrados, que impede a formação de equipas coesas.

O SMMP planeia continuar as visitas às restantes comarcas para consolidar um "caderno reivindicativo" a ser entregue à tutela, exigindo medidas urgentes.