As forças de segurança uniram-se num protesto nacional em Lisboa para denunciar o que consideram ser o "desinteresse do Governo" na resolução dos seus problemas. A manifestação, que juntou vários sindicatos da PSP e, de forma inédita, a associação representativa dos oficiais da GNR, visou pressionar o executivo a incluir as suas reivindicações no Orçamento do Estado para 2026. A principal causa da contestação reside na estagnação das negociações com a tutela e na ausência de medidas concretas para resolver problemas que afetam tanto a PSP como a GNR. Entre as reivindicações centrais estão a revisão da idade de aposentação, que segundo os sindicatos não está a ser cumprida, a falta de candidatos para os cursos de formação de agentes e, sobretudo, as questões salariais.
Paulo Macedo, presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), organizador do protesto, defendeu "um aumento do ordenado base e dos suplementos, que já não são aumentados há 15 anos".
Os sindicatos acusam a ministra da Administração Interna de protelar a resolução destes problemas, apontando que não ocorrem negociações desde a assinatura do acordo sobre o suplemento de risco em julho de 2024.
A marcha partiu da direção nacional da PSP e terminou no Ministério da Administração Interna, onde foi entregue um caderno reivindicativo. Um dos aspetos mais significativos deste protesto foi a participação, pela primeira vez, da Associação Nacional dos Oficiais da Guarda (ANOG).
O seu presidente, Tiago Gonçalves Silva, justificou a presença afirmando que os problemas na GNR "são idênticos" aos da PSP e que o "descontentamento vai desde as altas patentes até ao guarda", sinalizando um aprofundamento e alargamento do mal-estar nas forças de segurança, tradicionalmente mais reservadas na sua forma de contestação.
Em resumoO protesto nacional em Lisboa evidenciou um descontentamento generalizado e unificado entre a PSP e a GNR, motivado pela falta de progressos nas negociações salariais, de aposentação e de carreira. A participação inédita da associação de oficiais da GNR marcou um ponto de viragem, indicando um aumento da pressão sobre o Governo para incluir soluções para o setor no próximo Orçamento do Estado.