A investigação foi despoletada por uma queixa anónima que alega que alguns docentes teriam pago a outros profissionais para aderirem à greve em seu nome. A investigação, que já tinha levado à inquirição de alguns assistentes operacionais em janeiro, foi agora retomada nove meses depois, alargando o âmbito aos professores.

A denúncia anónima que deu origem ao processo sugere um esquema em que docentes, para não perderem rendimento, pagariam a colegas ou a pessoal não docente para que estes fizessem greve em seu lugar, garantindo assim a paralisação das aulas sem sofrerem os cortes salariais correspondentes.

Este desenvolvimento lança uma sombra sobre os massivos protestos da classe docente que marcaram o ano de 2023, levantando questões sobre a legitimidade e a metodologia de algumas das ações de luta.

A investigação da PJ procura agora apurar a veracidade destas alegações, que, a confirmarem-se, poderiam configurar ilícitos criminais.

O caso expõe as tensões e as complexidades por trás das formas de protesto que paralisaram o setor da educação no ano anterior.