A situação, considerada inédita e inaceitável, motivou a intervenção do Governo Regional dos Açores, do PCP e de sindicatos, que exigem uma solução urgente por parte do Governo da República.

Os trabalhadores, que são pagos quinzenalmente, não receberam o valor correspondente ao período entre 1 e 4 de outubro, e há incerteza sobre o pagamento da próxima quinzena. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Turismo e Transportes (SITACEHTT) dos Açores apelou ao Estado português para que assuma o pagamento dos salários caso os norte-americanos não o façam. O coordenador do sindicato, Vítor Silva, afirmou: "Não cumprindo esse pagamento, os norte-americanos, na nossa opinião terá de ser o Estado português a assumir esses pagamentos, porque é o Estado português quem representa estes trabalhadores".

O Governo Regional dos Açores manifestou "profunda preocupação" e, através do seu vice-presidente, Artur Lima, enviou uma carta ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, pedindo que o Governo da República interceda diplomaticamente. Da mesma forma, o PCP, através da Assembleia da República, questionou Paulo Rangel sobre as iniciativas que o Governo tomará para garantir que os salários sejam pagos e se prevê assumir esses custos caso as autoridades norte-americanas não o façam.

A situação expõe a vulnerabilidade dos trabalhadores portugueses e a dependência de decisões orçamentais de outro país.