A proposta governamental é o epicentro do descontentamento, prevendo alterações profundas às condições laborais.
Entre as medidas mais contestadas estão a possibilidade de impor um aumento do horário diário em até cinco horas e do horário semanal para 60 horas, sem que tal seja considerado trabalho extraordinário. Os enfermeiros protestam também contra a extinção da jornada contínua como regime regra, a imposição de bancos de horas e horários concentrados, e a eliminação do pagamento majorado para horas noturnas, fins de semana e trabalho extraordinário, conforme previsto no Decreto-Lei n.º 62/79. Adicionalmente, o SEP denuncia que o novo ACT retira regras de progressão na carreira para os enfermeiros mais jovens.
A greve teve um impacto significativo, com adesão de 100% no bloco operatório do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e nas consultas externas do Hospital de Viseu, levando ao adiamento de inúmeras consultas e cirurgias. Em paralelo à paralisação, centenas de enfermeiros manifestaram-se junto ao Ministério da Saúde, onde entregaram uma moção com mais de 11.000 assinaturas. José Carlos Martins, presidente do SEP, resumiu o sentimento da classe: os enfermeiros rejeitam a ideia de "trabalhar mais e levar menos rendimento".














