A paralisação reflete um profundo descontentamento dos trabalhadores face às propostas do Governo no Orçamento do Estado para 2026.<br/><br/>A principal motivação para a greve reside nas condições salariais e de carreira. A Frente Comum, que representa 29 sindicatos, exige um aumento salarial de 15%, com um mínimo de 150 euros para cada trabalhador, e a atualização do subsídio de alimentação para 12 euros. Estas reivindicações contrastam fortemente com a proposta governamental de um aumento de apenas 2%, equivalente a cerca de 56 euros, valor considerado insuficiente pelas estruturas sindicais. Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, afirma que a proposta do Governo “não valoriza o trabalho” e que a greve será uma resposta forte, prevendo o encerramento de muitas escolas e perturbações nos serviços de saúde, justiça, autarquias e administração central. Para além dos salários, os trabalhadores exigem a valorização das carreiras, a reposição do vínculo público, a defesa dos serviços públicos e a revogação do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP). A paralisação abrange múltiplos sindicatos, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores do Estado (STMO), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STSS), a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).

O impacto previsto é vasto, com escolas a alertarem os pais para a possibilidade de não abrirem portas, e serviços como Finanças, Segurança Social e Lojas do Cidadão em risco de encerramento.

A greve na saúde deverá agravar-se devido à adesão dos médicos, com potencial cancelamento de consultas, exames e cirurgias.