A paralisação reflete o profundo descontentamento dos trabalhadores com a degradação das condições laborais e o desinvestimento nos serviços públicos, juntando na luta diversas estruturas sindicais, incluindo a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). As principais reivindicações centram-se no aumento dos salários para além do acordado, na valorização das carreiras, na reposição do vínculo público e na defesa dos serviços públicos.

A contestação visa diretamente a "política de empobrecimento prosseguida pelo governo PSD-CDS", sendo o pacote de alterações à legislação laboral outro ponto de discórdia.

A insatisfação é tal que Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, admitiu a possibilidade de uma greve geral caso o Governo mantenha as propostas laborais "em cima da mesa". O impacto da paralisação sentiu-se antes mesmo do seu início, com o setor da recolha de resíduos a registar uma adesão muito significativa na noite anterior em concelhos como Loures, Moita, Palmela, Seixal, Amadora (90%) e Vila Franca de Xira (95%). O encerramento de escolas foi uma realidade em vários pontos do país, desde a Guarda e Felgueiras até Almeirim e à Madeira, afetando milhares de alunos.

Os dirigentes sindicais destacaram a "grande greve" e a "forte adesão", considerando-a um sinal claro para o executivo.

Sebastião Santana, da Frente Comum, declarou que a paralisação "vai obrigar o Governo, se tiver bom senso, a perceber que está a comprar conflito social".