A paralisação reflete o profundo descontentamento dos trabalhadores face às políticas governamentais, que acusam de degradar as condições de trabalho e desinvestir nos serviços públicos.

A greve, descrita pela CGTP como a “maior dos últimos anos”, teve um impacto visível em múltiplos setores.

Na educação, centenas de escolas encerraram, incluindo a Escola Secundária de Felgueiras e estabelecimentos em Lisboa, Guarda e Valongo, deixando milhares de alunos sem aulas. No setor da saúde, hospitais funcionaram em serviços mínimos, com adiamento de consultas e cirurgias. A recolha de lixo também foi severamente afetada em concelhos como Loures, Moita, Palmela e Seixal, com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) a reportar adesões na ordem dos 90% neste setor durante a madrugada. As principais reivindicações centram-se na exigência de aumentos salariais de 15% (mínimo de 150 euros), na valorização das carreiras, na revogação do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP) e na defesa do serviço público. A Frente Comum critica a proposta do Orçamento do Estado para 2026, que mantém aumentos salariais considerados insuficientes. Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, afirmou que a greve é um sinal de que os trabalhadores “exigem políticas diferentes” e que o Governo “está a comprar conflito social”. Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, reforçou que a “enorme adesão” demonstra um “sentimento generalizado dos trabalhadores no sentido de avançarem para a luta”.