A paralisação foi descrita pela CGTP como registando uma “enorme adesão”, que em setores como a saúde e a educação atingiu os 90%, sendo considerada pela Frente Comum como “a maior nos últimos anos”.

A principal reivindicação dos trabalhadores é um aumento salarial de 15%, num mínimo de 150 euros, a par da valorização das carreiras, da reposição do vínculo público e da defesa dos serviços públicos, que os sindicatos acusam o Governo de desinvestir e degradar. O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirmou que a adesão reflete o “sentimento generalizado dos trabalhadores no sentido de avançarem para a luta”. O impacto da greve foi visível em todo o país, com o encerramento de centenas de escolas, o adiamento de consultas e cirurgias nos hospitais, a paralisação de tribunais e a suspensão da recolha de lixo em vários municípios como Loures, Moita, Almada e Seixal, onde a adesão nos serviços de higiene urbana foi quase total. Os sindicatos acusam o Governo de seguir uma “política de empobrecimento” e de não apresentar respostas às reivindicações, apontando o Orçamento do Estado para 2026 como um reflexo da “degradação dos serviços públicos”. A Frente Comum, que representa 29 sindicatos, avisou que a greve é um sinal claro do descontentamento e que os trabalhadores estão prontos “para a luta” se as políticas não forem alteradas, admitindo a possibilidade de uma greve geral no futuro.