Trabalhadores das IPSS Iniciam “Quinzena de Luta” por Melhores Salários
Os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) iniciam, a 27 de outubro, uma “Quinzena de Luta” em várias cidades do país, começando pelo Norte, para reivindicar melhores condições de trabalho e salariais. As principais exigências são um aumento salarial de 150 euros para 2026, a valorização das carreiras profissionais e a implementação da semana de trabalho de 35 horas. A jornada de luta, que se estenderá por cidades como Braga, Porto, Aveiro e Viana do Castelo antes de seguir para o sul do país, visa realizar plenários e manifestações para mostrar o “descontentamento geral dos trabalhadores”. Ana Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, explicou que as propostas salariais das entidades patronais têm sido “muito pequeninas” e baseadas apenas nas atualizações do salário mínimo nacional, o que não valoriza os profissionais de um setor considerado essencial. A sindicalista sublinhou que a média de idades destes trabalhadores ronda os 50 a 55 anos e que muitos vivem “abaixo do limiar da pobreza”. A situação é particularmente grave para os profissionais de saúde, como os enfermeiros, que auferem salários significativamente inferiores aos da função pública. Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, apontou que a diferença salarial pode chegar aos 500 euros, o que provoca uma “grande rotatividade” de profissionais nas IPSS. Pedro Faria, do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social, reforçou que a disparidade afeta todos os técnicos superiores, cujo salário de ingresso é de 1.150 euros, enquanto na administração pública será de 1.610 euros em 2026.



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