A paralisação reflete a recusa dos trabalhadores às políticas governamentais, que consideram empobrecedoras e destrutivas para os serviços públicos. A paralisação, que decorreu a 24 de outubro, foi justificada pela Frente Comum como uma resposta à desvalorização dos trabalhadores, das suas carreiras e à contínua degradação das funções sociais do Estado. As principais reivindicações centram-se na exigência de aumentos salariais, na valorização das carreiras profissionais e num maior investimento na Administração Pública, que os sindicatos acusam de sofrer com uma “injusta distribuição da riqueza nacional”.

O impacto da greve fez-se sentir em todo o país, com o encerramento total ou parcial de inúmeras escolas, afetando a comunidade educativa em distritos como Lisboa e Castelo Branco. No setor da saúde, a adesão provocou fortes constrangimentos, embora os números de adesão tenham sido alvo de disputa: enquanto o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (STSS) apontava para 80%, dados hospitalares de unidades como o Hospital de Santa Maria indicavam valores na ordem dos 20%. Na Madeira, a adesão no serviço de saúde foi de 43,5%, enquanto nas escolas da região se ficou pelos 16,5%.

As autarquias locais também registaram perturbações, sobretudo nos setores operacionais.

Os sindicatos acusam as chefias de terem tentado desincentivar a participação dos trabalhadores. A Frente Comum considera que a forte resposta dos trabalhadores envia uma mensagem clara ao Governo para a necessidade de reverter as suas políticas, prometendo continuar a luta pela dignificação dos serviços públicos e dos seus profissionais.