A paralisação, ocorrida a 24 de outubro, surge como resposta à “intransigência da ministra Ana Paula Martins e do Governo de Luís Montenegro” em negociar salários e condições de trabalho, e em protesto contra o novo modelo de urgências regionais. A greve teve um impacto significativo no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com blocos operatórios a funcionarem apenas para serviços de urgência e um grande número de consultas canceladas em centros de saúde e hospitais. A adesão foi particularmente elevada nas regiões do Alto Minho e Braga, onde se aproximou dos 100% nos cuidados de saúde primários. A FNAM justifica a paralisação como uma “luta pela dignidade e pelo futuro do SNS”, exigindo a revisão dos Acordos Coletivos de Trabalho e rejeitando medidas consideradas um “retrocesso laboral”, como bancos de horas e o aumento do limite de trabalho suplementar. Um dos principais focos de contestação é o novo regime de urgências regionais, que, segundo a FNAM, “não serve os médicos nem a população”, pois obriga as grávidas a percorrer longas distâncias, aumentando o “perigo real de partos em ambulâncias”. A federação acusa a ministra da Saúde de ter “faltado à verdade” na Assembleia da República, ao garantir que não avançaria com medidas de mobilidade forçada de médicos, uma das consequências do novo modelo. A FNAM afirma que Ana Paula Martins “perdeu a confiança dos médicos e do país” e considera que, se o primeiro-ministro a mantiver em funções, será “conivente com esta falta de verdade”.