O Governo, através do primeiro-ministro Luís Montenegro, nega a existência de cortes, falando numa orientação "muito exigente" para melhorar a eficiência.

No entanto, esta justificação não convenceu os profissionais do setor.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, classificou a instrução como "profundamente lamentável" e antiética, alertando que irá agravar as listas de espera. A Ordem dos Enfermeiros também se manifestou, defendendo que a redução da despesa não pode limitar o acesso aos cuidados.

A controvérsia escalou a nível político, com o líder do PS, José Luís Carneiro, a pedir a demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, por considerar que esta já não possui "autoridade política".

O episódio reflete a tensão entre a necessidade de controlo orçamental e a garantia de uma resposta adequada do SNS, num contexto de crescente procura e de profissionais desgastados, aumentando o potencial para futuros conflitos laborais.