A paralisação visa pressionar a autarquia a responder às reivindicações da classe, que se queixa de carências graves em equipamento e efetivos.

O pré-aviso de greve emitido pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais para os Bombeiros Sapadores de Lisboa expõe uma situação de profunda carência num serviço de emergência vital para a capital. As razões apresentadas para a paralisação são um reflexo de problemas estruturais e de um aparente desinvestimento prolongado. As queixas abrangem a "escassez de efetivos", o que sugere que o número de bombeiros é insuficiente para garantir uma resposta adequada, e "viaturas sem guarnição", indicando que a falta de pessoal impede a utilização de todo o equipamento disponível. A falta de equipamento de proteção individual é uma das denúncias mais graves, com o sindicato a afirmar que há profissionais "sem um casaco para o frio e um fato para a chuva" e que existem "quartéis muito degradados". Estas alegações pintam um quadro de negligência que compromete não só a eficácia operacional, mas também a segurança e a dignidade dos próprios bombeiros. A estratégia do sindicato é clara: a greve "só vai parar quando for recebido pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa", o que demonstra uma tentativa de elevar o conflito ao mais alto nível político da autarquia, possivelmente devido ao fracasso de canais de negociação anteriores. Embora o sindicato garanta a prestação de "serviços mínimos para assegurar o socorro à população", a greve levanta sérias questões sobre a capacidade de resposta da cidade a emergências durante o período da paralisação e sobre a sustentabilidade a longo prazo do modelo de gestão e financiamento dos bombeiros da capital.