Perante a possibilidade de um colapso nas urgências, o executivo viu-se forçado a reavaliar a sua estratégia de impor novas regras e cortar o valor/hora pago a estes profissionais. Inicialmente, o Governo manteve a intenção de avançar com o diploma, apelando ao "espírito de serviço" dos médicos.

O ministro da Presidência, Leitão Amaro, desvalorizou as notícias sobre uma eventual demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, classificando-as como "especulação mediática".

Contudo, a pressão crescente levou a uma mudança de abordagem.

A ministra da Saúde acabou por adiar a publicação da portaria que previa a redução dos valores, uma decisão vista como um recuo parcial no braço de ferro.

Em paralelo, o Ministério começou a preparar incentivos para os médicos do quadro do SNS, como o aumento do valor das horas extraordinárias, numa tentativa de reduzir a dependência dos tarefeiros e compensar a sua possível saída. A Direção Executiva do SNS, liderada por Álvaro Almeida, também se pronunciou, assegurando que os "médicos tarefeiros vão ser convidados para os quadros" do SNS, prometendo a sua integração. Esta promessa de contratos foi fundamental para que os profissionais recuassem na ameaça de paralisação prevista para o final do ano, abrindo caminho para o diálogo que o movimento reivindicava.