Esta legalização foi um passo estratégico para poderem negociar diretamente as alterações à sua atividade e serem reconhecidos como um interlocutor legítimo pelo Ministério da Saúde.
Até então um movimento informal, a criação da Associação de Prestadores de Serviços no SNS permitiu ao grupo, que representa mais de mil médicos, solicitar formalmente uma reunião com a ministra Ana Paula Martins.
O objetivo principal era travar os cortes nos valores pagos pelo SNS e discutir o decreto-lei que o Governo preparava.
Apesar de o gabinete da ministra ter afirmado inicialmente não ter recebido qualquer pedido, o movimento insistiu na necessidade de diálogo, lançando uma petição pública para legitimar a sua direção. Após a ameaça de paralisação ter vindo a público, a direção do movimento recuou, afirmando que uma greve não estava, "para já, em cima da mesa" e que preferia primeiro conhecer o diploma do Governo. Este passo em direção à negociação foi apoiado pelo Bastonário da Ordem dos Médicos, que apelou ao Ministério da Saúde para que recebesse os representantes do movimento.
A formalização como associação representa uma mudança significativa, transformando um grupo de protesto "inorgânico", como descrito pela comentadora Anabela Neves, num ator socioprofissional com capacidade para se sentar à mesa das negociações e defender os seus interesses de forma estruturada.














