A paralisação expõe um profundo mal-estar numa classe profissional essencial para a investigação criminal.
A greve dos peritos forenses da PJ, que registou uma adesão a rondar os 80%, lança luz sobre as condições de trabalho e as reivindicações de um grupo técnico altamente especializado, mas que se sente subalternizado dentro da estrutura da polícia de investigação. No centro da contestação está a exigência da criação de uma carreira própria, que reconheça a especificidade das suas funções e os distinga de outras carreiras da função pública. Os profissionais protestam contra o que consideram ser uma diferenciação salarial injusta, um sistema de avaliação inadequado e a falta de reconhecimento por parte da direção. Uma das críticas mais contundentes, expressa pelo sindicato, é a nomeação de inspetores da carreira de investigação criminal para dirigir unidades técnicas, o que é visto como uma usurpação de competências e uma desvalorização da sua perícia. A paralisação serviu como um forte sinal de descontentamento, alertando para o risco de desmotivação e perda de quadros qualificados num setor vital para a produção de prova em processos judiciais. A ausência de resposta por parte da direção da PJ às suas reivindicações agudiza o conflito, deixando em aberto a possibilidade de novas formas de luta.














