A decisão da UGT, tomada pelo seu secretariado nacional, reflete uma escalada na contestação social e um endurecimento da posição sindical face ao executivo.

A central sindical, tradicionalmente mais moderada e aberta à concertação social, afirma que o Governo não lhe deixou outra alternativa, embora mantenha a disponibilidade para negociar.

A principal motivação para a greve reside nas alterações propostas ao Código do Trabalho, que os sindicatos consideram prejudiciais para os direitos dos trabalhadores. A reação do Governo foi de crítica, com o Ministro da Presidência a afirmar que "ninguém compreende esta greve" num momento em que os salários estão a aumentar e o diálogo se mantém. Comentadores políticos assinalam que a ministra do Trabalho pode não ter compreendido a importância da tendência social-democrata na UGT, resultando numa situação que o Governo tentou evitar que se tornasse num "caso". O debate público centra-se agora na oportunidade da greve, com algumas vozes a considerá-la prematura, dado que a legislação ainda não está fechada nem foi entregue no Parlamento, enquanto outras a veem como uma resposta necessária a uma "declaração de guerra aos trabalhadores".