Cerca de trinta personalidades ligadas ao setor da saúde, incluindo médicos, antigos ministros e o Bastonário da Ordem dos Médicos, subscreveram um manifesto intitulado "Exigimos o nosso centro de saúde de volta". O documento representa um grito de alerta contra a degradação e o esvaziamento dos cuidados de saúde primários em Portugal, exigindo medidas urgentes para reverter a situação. Os subscritores do manifesto denunciam uma realidade preocupante em várias unidades de saúde do país. Afirmam que "há centros de saúde no país (...) que já não atendem os seus utentes ao telefone", "respondem aos seus e-mails com atraso e recusam atendê-los em caso de doença aguda". Esta falha na acessibilidade e na capacidade de resposta está a comprometer a função essencial dos centros de saúde como a porta de entrada do SNS.
Uma das críticas centrais do documento é dirigida ao papel crescente da Linha SNS24.
Os profissionais alertam que a linha telefónica "não foi concebida para substituir" a assistência prestada pela equipa de saúde familiar. Defendem que, embora o SNS24 seja um mecanismo importante, o seu objetivo não é substituir a relação de proximidade e o acompanhamento contínuo que caracterizam os cuidados primários. O manifesto apela, por isso, a uma valorização efetiva dos centros de saúde, com mais investimento, melhores condições de trabalho para os profissionais e uma reorganização que garanta aos cidadãos o acesso aos cuidados a que têm direito.
Em resumoUm manifesto subscrito por 30 personalidades da saúde alerta para a degradação dos centros de saúde, denunciando a falta de atendimento telefónico e a recusa de assistência em doença aguda. Os profissionais exigem a valorização dos cuidados primários e afirmam que a Linha SNS24 não pode substituir a equipa de saúde familiar.