A paralisação, que envolveu revisores e pessoal das bilheteiras, resultou na supressão de aproximadamente 30 comboios Intercidades, causando transtornos a milhares de passageiros. Na base da contestação está, segundo o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), a "falta de diálogo" por parte da administração da CP e o "incumprimento do acordo designadamente na parte referente à humanização das escalas de serviço".

Esta reivindicação central sugere um descontentamento profundo com as condições de trabalho, nomeadamente a organização dos horários e turnos, que os trabalhadores consideram desumanizadas.

Para além da questão das escalas, o sindicato aponta outras preocupações que afetam o dia a dia dos trabalhadores e a segurança dos passageiros, como problemas de segurança e avarias não resolvidas no material circulante e infraestruturas.

A ação de protesto evidencia as tensões laborais existentes na transportadora pública, que se debatem com questões estruturais relacionadas com a gestão de recursos humanos e a manutenção de equipamentos. A crítica à ausência de diálogo por parte da empresa indica uma fratura na comunicação entre a administração e as estruturas representativas dos trabalhadores, o que pode dificultar a resolução dos problemas e levar a novos períodos de contestação no futuro, com consequências diretas para a mobilidade dos cidadãos que dependem do transporte ferroviário.