A adesão de sindicatos representativos dos médicos, enfermeiros e professores sublinha a magnitude do protesto e antecipa um impacto significativo nos serviços públicos.

A paralisação, que abrange os setores público e privado, surge como uma resposta unificada das centrais sindicais àquilo que consideram um retrocesso nos direitos dos trabalhadores.

A CGTP já formalizou a entrega do pré-aviso de greve, enquanto a UGT admitiu a possibilidade de alargar o protesto para dois dias, caso o Governo não recue na sua proposta.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) confirmaram a sua adesão, justificando-a não só com a reforma laboral, mas também com a degradação contínua do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O SEP critica especificamente a imposição de um banco de horas e a redução no pagamento do trabalho noturno e em feriados. A FNAM, por sua vez, acusa a ministra da Saúde de "diluir" o SNS e de "desresponsabilizar o Estado", apontando para os 15% da população sem médico de família como um sintoma da crise.

Em resposta, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assegurou que serão decretados serviços mínimos, mas alertou que, numa greve "com esta magnitude", as "situações programadas", como cirurgias e consultas, "ficam afetadas".

A convergência de setores tão distintos como a saúde e a educação confere a esta greve um caráter de contestação social alargada.