A mobilização ganha particular relevância com a confirmação da participação dos tripulantes da aviação civil, antecipando um forte impacto nos serviços públicos e nos transportes.

A convocatória para a greve geral surge como uma resposta unificada dos trabalhadores a um anteprojeto de revisão do Código do Trabalho apresentado pelo Governo, que os sindicatos consideram ser um ataque aos direitos laborais. O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) acusa o executivo de designar como "reforma" o que na verdade constitui "o desmantelamento das garantias laborais".

Esta perspetiva é partilhada por pilotos e tripulantes, que rejeitam um "pacote laboral que dizem fomentar a precariedade e deixa vulneráveis os funcionários das companhias aéreas".

A adesão do setor da aviação foi expressiva, com mais de dois mil tripulantes do SNPVAC a votarem favoravelmente à paralisação em assembleia-geral.

A esta juntam-se mais de 50 outros sindicatos, o que antecipa um "forte impacto nos serviços públicos em todo o país". A contestação não se limita à letra da lei, mas reflete um clima de agitação laboral mais vasto. Perante a iminência da paralisação, figuras do setor empresarial, como a presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), Patrícia de Melo e Liz, apelam a que "haja diálogo, que haja abertura de espírito", sublinhando a necessidade de encontrar um entendimento entre as partes para mitigar os efeitos da contestação. A greve geral perfila-se, assim, como um momento crítico de medição de forças entre o Governo e os sindicatos, com potenciais consequências económicas e sociais significativas.