A mobilização para a greve geral demonstra uma ampla base de descontentamento face às políticas laborais do executivo.

A adesão de mais de 50 sindicatos, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores em Arquitetura (SINTARQ), o Sindicato dos Bombeiros Profissionais e os tripulantes da aviação civil (SNPVAC), antecipa um "forte impacto nos serviços públicos em todo o país". O cerne da contestação reside no pacote laboral proposto, que, na ótica dos sindicatos, fragiliza a posição dos trabalhadores.

O SINTARQ denuncia que as medidas significam "menos proteção e mais instabilidade para quem trabalha", um sentimento ecoado pelo SNPVAC, que acusa o Governo de promover "o desmantelamento das garantias laborais" sob a designação de "reforma".

A união das duas maiores centrais sindicais, CGTP e UGT, na convocatória desta greve é particularmente notável, pois confere à paralisação uma força e uma representatividade política que transcende as habituais divisões do movimento sindical português.

Esta frente unida sugere que as alterações propostas são vistas como uma ameaça transversal aos direitos dos trabalhadores.

A participação de setores críticos como a aviação civil, onde mais de dois mil tripulantes votaram favoravelmente à adesão, e os bombeiros profissionais, reforça o potencial de perturbação da greve. Este protesto nacional configura-se, assim, como um teste decisivo para a agenda reformista do Governo e para a sua capacidade de negociação com os parceiros sociais.