A paralisação surge como resposta às propostas do Governo para a alteração da legislação laboral, que os sindicatos consideram um retrocesso nos direitos dos trabalhadores.

A convocatória para a greve geral de 11 de dezembro reflete um clima de crescente descontentamento sindical face às políticas laborais do executivo.

As centrais sindicais CGTP e UGT uniram-se contra o que consideram ser um "pacote laboral" prejudicial, que, segundo os representantes dos trabalhadores, resultará em "menos proteção e mais instabilidade".

A adesão já confirmada de mais de 50 sindicatos, abrangendo setores vitais como os serviços públicos, a aviação civil, a arquitetura e os bombeiros profissionais, antecipa uma paralisação de grande escala. O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), por exemplo, acusa o Governo de promover um "desmantelamento das garantias laborais" sob a designação de "reforma".

Numa tentativa de mitigar o conflito, o Primeiro-Ministro reuniu-se com a UGT, num encontro descrito como tendo um "espírito dialogante e construtivo", mas que se revelou infrutífero para desmobilizar a greve.

A amplitude da adesão setorial demonstra a profundidade da oposição às alterações propostas ao Código do Trabalho.

A participação de sindicatos como o SINTARQ (arquitetos) e o Sindicato dos Bombeiros Profissionais sublinha que a contestação transcende os setores tradicionalmente mais grevistas, indicando uma preocupação generalizada com a precarização das condições de trabalho. A greve configura-se, assim, como um teste significativo à capacidade de negociação do Governo e à sua relação com os parceiros sociais num momento crucial de reformas económicas.