O protesto realizado junto ao Parlamento por pessoas com deficiência e seus apoiantes evidencia as barreiras persistentes que este grupo enfrenta na sociedade portuguesa.

Os manifestantes expressaram um sentimento de frustração e exaustão, afirmando estarem "fartos que as nossas vidas sejam adiadas". As reivindicações centraram-se na necessidade de o Estado cumprir integralmente a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, com um foco particular no direito a uma vida independente, em oposição ao que descrevem como o "lobby da institucionalização". A dificuldade no acesso ao emprego e a sensação de serem olhados como "inferiores" foram outros dos pontos centrais da contestação.

A ação de protesto serve como um alerta para a discrepância entre a legislação existente e a sua aplicação prática, que continua a limitar a autonomia e a plena participação social.

A exigência de "não poder exercer os nossos papéis sociais" e de se sentirem "cidadãos e cidadãs de segunda vida" reflete uma profunda mágoa e a urgência de políticas públicas mais eficazes. Este movimento sublinha a importância de passar de um modelo assistencialista para um modelo baseado nos direitos humanos, que promova a autonomia, a inclusão no mercado de trabalho e a participação ativa na comunidade, garantindo que a dignidade e as escolhas individuais sejam respeitadas.