A unanimidade da decisão, expressa na aprovação de uma moção de apoio, demonstra um nível de mobilização e descontentamento excecionalmente elevado entre os operários.

A presença dos líderes das duas maiores centrais sindicais no plenário sublinha a importância estratégica desta fábrica no mapa sindical português.

Nas suas intervenções, os dirigentes sindicais afirmaram ser "impossível ficar indiferente ao pacote laboral do Governo", reforçando a ideia de que as alterações propostas representam uma ameaça aos direitos dos trabalhadores.

A potencial paragem da produção na Autoeuropa não só acarreta consequências económicas diretas, dada a sua relevância para as exportações nacionais, como também serve de barómetro para o sucesso da greve geral, inspirando a adesão noutros setores.

A decisão dos trabalhadores de Palmela constitui, por isso, um forte sinal político para o Governo, materializando a oposição do setor industrial às suas políticas.