A paralisação gerou perturbações significativas no acesso a serviços essenciais, como a saúde e o ensino, levantando um debate sobre as condições de trabalho e as políticas governamentais.
A recente greve geral teve um impacto considerável na rotina de aproximadamente dois milhões de portugueses, embora não tenha conseguido paralisar a totalidade do país. Segundo um estudo da Ipsos Apeme, os níveis de consumo de eletricidade mantiveram-se estáveis, indicando que o setor industrial continuou a operar sem interrupções significativas.
No entanto, o cenário foi drasticamente diferente nos serviços públicos, com os setores da saúde e da educação a serem os mais afetados pela paralisação.
Na saúde, a adesão dos médicos foi massiva, atingindo cerca de 80%, de acordo com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Esta elevada participação resultou no adiamento de inúmeras cirurgias e consultas, com os administradores hospitalares a alertarem que a recuperação dos serviços e a remarcação dos procedimentos cancelados poderão demorar vários meses.
A FNAM justificou a ação de protesto como uma resposta direta à "profundíssima deterioração das condições de trabalho que o Governo Montenegro insiste em propor", sublinhando um clima de grande descontentamento entre os clínicos. O setor da educação também registou uma adesão expressiva, na ordem dos 75% no segundo dia da greve, o que levou ao encerramento de escolas e à interrupção das atividades letivas em várias regiões do país.
A greve expôs, assim, as tensões latentes na Função Pública, colocando em evidência as reivindicações dos trabalhadores por melhores condições laborais e salariais, e constituindo um desafio significativo para o executivo na gestão das políticas para os serviços públicos essenciais.














