A lei, aprovada e promulgada na terça-feira, colocava o Gabinete Nacional Anticorrupção (NABU) e o Gabinete Especializado Anticorrupção (SAPO) sob a tutela do procurador-geral, uma figura nomeada pelo presidente. A medida foi justificada por Zelensky como uma resposta à "ingerência russa" e à falta de resultados em certos processos. No entanto, a decisão foi recebida com forte oposição interna e externa. Milhares de manifestantes, maioritariamente jovens, saíram às ruas em cidades como Kiev, Lviv, Odessa e Dnipro, exigindo o veto presidencial. Paralelamente, a União Europeia expressou "sérias preocupações", com a comissária para o Alargamento, Marta Kos, a classificar a medida como um "grave retrocesso" no processo de adesão da Ucrânia ao bloco. A Human Rights Watch também criticou a lei, afirmando que esta enfraquecia os "alicerces democráticos da Ucrânia". O Kremlin, por sua vez, aproveitou o descontentamento para intensificar a retórica destinada a "minar a legitimidade da Ucrânia e desencorajar o apoio ocidental", segundo o Institute for the Study of War (ISW). Perante a pressão, Zelensky anunciou na quinta-feira um novo projeto de lei para garantir o "reforço real do sistema de Estado de direito" e a "independência dos organismos de luta contra a corrupção". Ao reconhecer a reação popular, afirmou: "As pessoas pediram mudanças. Nós respondemos".
