EUA aumentam tarifas sobre a Índia devido à compra de petróleo russo
A administração de Donald Trump elevou para 50% as taxas aduaneiras sobre as principais exportações indianas, numa medida punitiva devido às contínuas compras de petróleo russo por parte de Nova Deli. Esta ação insere-se numa estratégia de pressão económica para limitar as fontes de financiamento da máquina de guerra russa.<br /><br />A decisão de Washington foi criticada tanto pela Rússia como pela Índia. O governo russo classificou a medida como uma "tentativa grosseira de exercer pressão sobre um parceiro estratégico", argumentando que os EUA procuram "punir a Índia por defender a sua autonomia energética" e que as tarifas não têm "qualquer relação real com a Ucrânia". Por sua vez, o governo indiano considerou as novas taxas "injustificadas, irracionais e extremamente infelizes", declarando que tomará "todas as medidas necessárias para proteger os interesses nacionais". O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que nunca comprometerá os interesses dos agricultores do país e está disposto a "pagar um preço enorme por isso pessoalmente".
A Índia, terceiro maior importador de petróleo do mundo, adotou uma posição neutra na guerra e tornou-se o principal cliente do petróleo russo, aproveitando os descontos oferecidos por Moscovo. As receitas das vendas de petróleo e gás são cruciais para a Rússia manter o seu esforço de guerra face às sanções ocidentais.
A pressão dos EUA sobre a Índia ocorre num momento em que se anuncia uma visita de Vladimir Putin a Nova Deli, a primeira desde dezembro de 2021, o que poderá reforçar a aliança estratégica entre os dois países.
Em resumoOs Estados Unidos duplicaram as tarifas sobre produtos indianos para 50% como retaliação pela compra de petróleo russo, visando cortar o financiamento da guerra na Ucrânia. A Índia e a Rússia condenaram a medida, com Nova Deli a defender a sua autonomia energética e a preparar-se para uma visita de Putin, reforçando os laços bilaterais.
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